"Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho, Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!"
( Machado de Assis )

Contexto Histórico

Realismo:
AS QUESTÕES SOCIAIS, POLÍTICAS E ECONÔMICAS:
Nessas questões, os estudos de Marx e Engels evidenciam a sociedade de classes (capitalista), formada por uma multidão miserável - o proletariado ou CLASSE DOMINADA - subordinada à burguesia capitalista ou CLASSE DOMINANTE: uma sociedade "piramidal". Tais estudos mostram a urgência de mudança no sistema: inverter a pirâmide, aderir ao SOCIALISMO. A miséria que assola as sociedades capitalistas é no Brasil somada ao problema do negro escravo e da agricultura do café. O Brasil ainda é uma monarquia, mas os MOVIMENTOS ABOLICIONISTAS e REPUBLICANOS são intensos: esse é contexto histórico do período no Brasil.
 NA ARTE E NA LITERATURA:
O REALISMO Não tardou e o Materialismo invadiu as letras e as artes, e as produções artísticas e literárias tornam-se o AVESSO do que tinham sido na primeira metade do século XIX. A obra literária parece um relatório científico, voltando-se totalmente para o REAL: daí o nome de REALISMO. O Realismo surgiu na França, começando pela Arte, mais precisamente na Pintura, com a exposição de dois quadros do pintor Coubert, no ano de 1851: "As Banhistas" e "Um enterro em Ornans". Pouco mais tarde, em 1857, o Realismo contagia a Literatura: a primeira obra literária de estilo realista é "Madame Bovary", de Gustave Flaubert. Em Portugal, o Realismo data de 1865 e é marcado pela "Questão Coimbrã", um movimento em que se confrontam os autores românticos liderados pelo poeta Castilho e os autores que já fazem obras com características realistas, liderados por Antero de Quental. No Brasil, o Realismo data de 1881, com a publicação de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis... A instalação do Realismo na Arte e na Literatura encontrou resistências por parte das classes sociais que até então eram idealizadas pela Arte e Literatura românticas, beneficiando-se, logicamente, com isso:
a) o CLERO, porta-voz do pensamento espiritualista, não aceita o materialismo e o cientificismo presentes na obra realista;
b) a BURGUESIA é mostrada com sua verdadeira "face"; a de exploradora da mão de obra humana, a de dona da riqueza que existe na sociedade e, por isso, responsável pelas injustiças sociais e pela miséria que toma conta dos seus explorados. A obra realista veicula uma ideologia socialista...
c) os MONARQUISTAS (e o MONARCA) repudiam a obra realista pois elas veiculam as idéias abolicionistas e republicanas (seus autores são positivistas, o que é sinônimo de republicanos). E a República representa o fim da Monarquia.

Naturalismo:

O naturalismo é uma analise mais profunda do realismo, essa nova escola literária baseava-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade. O Naturalismo deu os primeiros passos do pensamento Teórico evolucionista. Os romances naturalistas se destacam pela abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada. O resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente verdadeiro, que na época foi considerado até chocante de tão inovador. Ao ler uma obra naturalista, tem-se a impressão de estar lendo uma obra contemporânea, que acabou de ser escrita. Os naturalistas acreditavam que o indivíduo é mero produto da hereditariedade e seu comportamento é fruto do meio em que vive e sobre o qual age. A perspectiva evolucionista de Charles Darwin inspirava os naturalistas, esses acreditavam ser a seleção natural que impulsionava a transformação das espécies. Assim, predomina nesse tipo de romance o instinto, o fisiológico e o natural, retratando a agressividade, a violência, o erotismo como elementos que compõe a personalidade humana. Ao lado de Darwin, Hippolyte Taine e Auguste Comte influenciaram de modo definitivo a estética naturalista. Os autores naturalistas criavam narradores oniscientes, impassíveis para dar apoio à teoria na qual acreditavam. Exploravam temas como o homossexualismo, o incesto, o desequilíbrio que leva à loucura, criando personagens que eram dominados por seus instintos e desejos, pois viam no comportamento do ser humano traços de sua natureza animal.Aluísio Azevedo com a obra O mulato, publicado em 1881, marcou o início do Naturalismo brasileiro, a obra O cortiço, também de sua autoria, marcou essa tendência.Em O cortiço a face completa do Naturalismo pode ser vista, nessa obra o indivíduo é envolvido pelo meio, o cenário é promíscuo e insalubre e retrata o cruzamento das raças, a explosão da sexualidade, a violência e a exploração do homem.
Parnasianismo:
O Parnasianismo foi contemporâneo do Realismo-Naturalismo, estando, portanto, marcado pelos ideais cientificistas e revolucionários do período. Diz respeito, especialmente, à poesia da época, opondo-se ao subjetivismo e ao descuido com a forma do Romantismo. O nome Parnaso diz respeito à figura mitológica que nomeia uma montanha na Grécia, morada de musas e do deus Apolo, local de inspiração para os poetas. A escola adota uma linguagem mais trabalhada, empregando palavras sofisticadas e incomuns, dispostas na construção de frases, atendendo às necessidades da métrica e ritmo regulares, que dificultam a compreensão, mas que lhes são característicos. Para os parnasianos, a poesia deve pintar objetivamente as coisas sem demonstrar emoção.
A nova tendência toma corpo a partir de 1878, quando nas colunas do Diário do Rio de Janeiro se tenta criar a "Guerra do Parnaso", defendendo o emprego da ciência e da poesia social, sem visar modificar nada, recebendo a alcunha de Idéia Nova. O poeta Alberto de Oliveira deseja o Realismo na poesia, enquanto em São Paulo, Raimundo Correia e alguns colegas criam polêmicas sobre o novo movimento na Revista de Ciências e Letras. Surge a poesia diversificada: poesia científica, socialista e realista. A científica é a única a manter certo rigor e exclusividade. As demais se libertam do Romantismo aos poucos.
Segundo Alfredo Bosi, a obra de Teófilo Dias, Fanfarras (1882) pode ser considerada o primeiro livro parnasiano, contrapondo-se a Alberto de Oliveira que destaca Sonetos e Rimas (1880) de Luís Guimarães Junior, como a primeira manifestação. Contudo, são os poemas da "plêiade parnasiana": Alberto de Oliveira, com Meridionais (1884) e Sonetos e Poemas (1886), Raimundo Correia, com Versos e Versões (1887) e Olavo Bilac, com a primeira edição de Poesias (1888), que apresentam as marcas próprias do movimento, filiado ao Parnasianismo francês, assim denominado, devido à coletânea Parnasse Contemporain, publicada em série (1866,1869 e 1876).

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